quarta-feira, 16 de abril de 2014

Inclusão

É incrível como em pleno século XXI, ainda existe tanta discriminação, achava que devido a tantas informações que veicula na internet as pessoas tinham mudado a maneira de tratar o diferente. Mas vejo uma sociedade imatura que constroem muros em vez de pontes, isola pessoas e as excluem como se não tivessem sentimentos e direitos como todos.

Ninguém escolhe ter um transtorno ou uma dificuldade, todo pai ama seu filho e com certeza a família como um todo é afetada e prejudicada.
Quando falamos de inclusão, nos referimos a algo que vai além, de colocar alguém na sociedade, mas falamos de amor, investimento, acolhimento e quebra de barreiras, muitos olham o diferente pela limitação e com indiferença, quando deveria olhar de forma única a todo ser humano o diferenciando pela sua digital que mostra a sua verdadeira diferença.

Hoje muitos estão a excluir diversos Albert Einstein sem perceber porém amanha será tarde para pensar que errou. Contudo ainda que a pessoa não tenha um QI de um Albert Einstein e que esse seja bem inferior ao esperado pela sociedade, acredito que nasceu para fazer a diferença e brilhar em nossa sociedade..

 Aquele que se acha superior e melhor que outrem esse sim é o pior ser humano da terra, não poderia chamar de animal, pois animais são dádivas de Deus, bendito aquele burrinho que carregou Jesus e se tornou melhor que essas pessoas.

Mas uma pessoa que exclui por preconceito nada mais é que um ninguém, um vazio sem amor e sem respeito para com o próximo. Diz o estatuto da criança e adolescente que toda criança tem direito ir e vir, brincar e estudar e muitas outras coisas, mas em tempos modernos não é o que vejo acontecendo.

 Diariamente pais me procuram e falam que não sabem o que fazer, perguntam como lido com meu TDAH, dizem não achar vagas para seus filhos nem para tratamento. Muitos não têm acessibilidade, direitos a tratamento e acesso a educação diferenciada.

 Seria culpa dos professores? Acredito que não, pois um professor não dá conta de uma classe super lotada, o governo não esta nem ai para a minoria. Estão preocupados com aquilo que lhe traga retorno e encaminhe o povo ao engano temporário de que tudo vai mudar, mas o tempo passa e em vez de progredir estamos regredindo.

 Acredito que os erros estão também na sociedade que muitas vezes aplaude tudo que acontece ou só murmura de dentro da sua casa, mas ninguém esta afim de lutar, apenas de reclamar ou fazer quebra-quebra nas ruas como nos últimos manifestos, existe uma pequena parcela que luta mas o silêncio dos que se omitem é maior que o barulho dos que tentam lutar.

 Onde um fere o outro e os grandes continuam lá no alto oprimindo os pequenos, infelizmente o que posso dizer sou apenas uma em meio a essa inerte sociedade

 Autora: Gleici Keli Soares.
Sumaré, Dez/2013


Correção: Sheila Cavalcante -  Pedagoga Graduada em Pedagogia e pos em Psicopedagogia clinica e institucional e neuropsicopedagogia em andamento

Apenas um mistério
Vivo nas alturas. Parece que o cérebro nasceu virado de ponta cabeça.
Assim como tudo em volta vive virado.
Já nem sei onde coloquei documentos importantes.
Onde deveria ter ido e o que deveria ter feito.
O tempo parece longo demais e curto para os planos.
Tento parar e, quando vejo, já estou em outro mundo.
Vivo na lua e nas histórias em quadrinho.
Quero ser uma Ayrton Senna na vida, sempre veloz.
Sonho acordada e não paro nenhum segundo.
Não encaixo em qualquer lugar,quero fazer tudo que penso agora.
Não aprendo tudo, mas quando faço, aprendo sozinha.
Não me adapto a tudo porque exijo mudança constante.
Deixo escapar capítulos do dia e vivo cavalgando.
Não sou disciplinada e não tenho botão desliga..
Vivo resolvendo tudo e afundando em frustrações.
Por onde passei deixei um sinal de furacão.
Sou criativa e sem mais nem menos surgem idéias malucas.
Vivo perguntando se estou no lugar certo.
Quebro facilmente objetos e me quebro junto.
A medicina acha um mistério e vive tentando descobrir que parafuso apertar.
Vivo tudo intensamente sem medo e no fim sempre deprimo com decepções.
Mudo freqüentemente de humor por causa da estrema sensibilidade.
Entro sempre na hora errada e interrompo tudo por isso sou marcante.
Vivo a vida sem noção.
Apenas uma TDHA convicta.
Afinal apesar de tantos desafios, amo viver.
Autora: Gleici Keli Soares




domingo, 6 de abril de 2014

Educação

Muitas vezes pensamos em educação e visualizamos aqueles alunos nota dez, que tiram boas notas e são extraordinários. Mas é errôneo afirmarmos que um aluno que não apreendeu seja incapaz de dominar determinado assunto e o taxarmos de insuficiente.


Automaticamente o aluno é rotulado de forma pejorativa, como incapaz, mimado, burro entre outros nomes e assim colocado a sociedade como impossibilitado de atingir o objetivo esperado de acordo com a idade e sua cultura.

Não podemos comparar uma criança com a outra, cada uma tem sua diferença e jeito de apreender, algumas apreendem de forma lúdica, concreta, abstrata, tátil, visivelmente ou mesmo auditivamente.

Comparar uma criança a outra é o mesmo que comparar que A é igual a B, ambas são consoantes porém são duas letras diferentes e escritas de formas diferentes, pode parecer boba essa comparação, mas nenhuma criança é igual à outra.

Muitas vezes os docentes acreditam que os métodos que apreenderam no passado  seja o mais fácil de ensinar, ou aquele que é aderido pela maior parte, não pensa num todo para atingir o potencial  de todos os alunos em uma sala de aula .

Por isso muitas vezes não atingimos o esperado pelos docentes, familiares ou mesmo pela nossa sociedade, já que muitas vezes os métodos aplicados são insuficientes e as avaliações são provas escritas e apenas aplicada nesse único método, nem sempre retomado em longo prazo e de diferentes modos analisados. 

 Existem alunos que podem explicar bem um contexto verbalizado, tendo ou não algum transtorno de aprendizagem, cada ser humano tem uma forma de interpretar e expor suas idéias. Tem pessoas que colocam muito bem seus conceitos de forma escrita e outras não que  se perdem nas palavras, mas não significa que ambas não saibam.

  Será que existe déficit de aprendizagem de fato? Sim existe, quando trata de aplicabilidade e métodos não favoráveis a todos, que em longo prazo traz prejuízos ao aluno, que acaba acreditando ser incapaz, mesmo tendo grandes capacidades.

  Mesmo uma pessoa com QI (Quociente de inteligência) inferior é capaz de desenvolver habilidades, apreender e expressar de diferentes formas seja em algum tipo de arte ou enunciado, mas cada ser humano é capaz de adquirir o conhecimento ainda que tenha um grau de dificuldade em determinada área ou de expor seu aprendizado no modo solicitado, mas que pode expressar seu conhecimento de diferente forma.

  Ou seja, são necessários diferentes estímulos para que as nossas crianças e adolescentes apreendam e se expressem de diversas formas e mostrem seu aprendizado. Só assim  teremos a garantia que ela entendeu tais conceitos ou não em uma determinada matéria.


  Mas para que ocorra o aprendizado é necessário um professor dinâmico, criativo e versátil, que não use somente o abstrato, mas que traga o mundo para a sala de aula.

  Por exemplo, damos uma aula de medidas e quilometragem usando o livro mas poderíamos usar um metro, placas de transito, mostrar e pedir para que o aluno repita tais métodos e assim garantir a aprendizagem, não só de modo decorativo, mas que tudo foi associado mentalmente, frente a situações que ele lembrará aquela aula e aplicara no seu dia a dia.


  Decoração não garante aprendizagem, mas aprendizagem é garantida mediante a mudança de comportamento no dia a dia quando são aplicados tais conceitos nas vivencias cotidianas não só em sala de aula. 

  Quantos professores mostraram a seus alunos o que são miligramas, milímetros, metros e centímetros, muitos nem tem noção de fato, acaba apreendendo com o seu dia a dia, quando deveria ser apreendido em sala de aula.
O que falta nas escolas são praticas favoráveis e adaptáveis a todos, onde se ative e estimule diferentes áreas cerebrais.


  O papel do educador é formar para a vida, não com método repetitivo e cansativo de avaliação escrita para medir o aprendizado pelo que o educando é capaz de colocar num papel que depois será jogado no lixo, seria muito mais útil para  a criança e para nossa sociedade avaliarmos o educando pelo conhecimento pratico que ele é capaz de produzir, ao invés de escrever somente.

Durante uma aula de sistema monetário seria muito mais proveitoso e lúdico usar cédulas sem valor para aprender o valor de cada uma como somar ou subtrair dinheiro ao invés de fazer esses cálculos num caderno porque saber colocar no papel não significa que a criança assimilou o conteúdo de fato bem como não saber colocar não significa que a aluno não o saiba.

 Nas aulas de ciência a aula seria muito mais agradável e produtiva se além de escrever sobre solos e florestas,   reproduzissem maquetes  ou fossem até um terreno coletar amostras de pedras, areia e ensinar pelo real através do contato  com o objeto estudado não com o abstrato.

 Não se engane educador pois não é porque seu aluno não é uma maquina de xerocar e reproduzir livros que ele não sabe o conteúdo, muitas crianças brilhantes estão esquecidas nas escolas porque não dominam a escrita perfeita mas poderia brilhar com metodologias avaliativas diferentes.

  Atualmente vemos a educação sem rumo e os professores cansados, esgotados, sem apoio e sendo agredidos nas escolas, e o sistema educacional não entende que tanto professor como alunos são vitimas, infelizmente de um sistema educacional falido.

POR GLEICI KELI SOARES-ESTUDANTE DE PEDAGOGIA / SHEILA CAVALCANTE- PEDAGOGA